sábado, 19 de dezembro de 2009

guiões de entrevista




Reflexão

A realização de um guião de entrevista foi um dos desafios mais exigentes. Enquanto membro do Grupo Sherlockianos sempre procurei dar o meu melhor. Todos em conjunto tentámos apresentar o guião mais perfeito possível. Já na fase final, fizemos reajustamentos, que na minha perspectiva melhoraram o trabalho final, que em cima pode ser conusltado.


Para ver clic João Carrega Maria Filomena Grazina Paulo Azevedo Paula Simões

Métodos quantitativos de recolha de dados

Métodos quantitativos de recolha de dados I

Em primeiro lugar parece-me claro que uma investigação quantitativa obriga a que o investigador elabore, previamente, um plano de investigação estruturado, no qual deve mencionar os objectivos e os procedimentos de investigação, de forma pormenorizada.

Para elaborar esse plano, é necessário um trabalho prévio de revisão de literatura (no método qualitativo também é necessário fazer essa revisão). É partir daqui que se tratam as metas e os objectivos do trabalho, como também para a formulação de hipóteses e para a definição de variáveis.

Podemos também acrescentar que os objectivos da investigação quantitativa consistem essencialmente em encontrar relações entre variáveis, fazer descrições recorrendo ao tratamento estatístico dos dados recolhidos, testar teorias.

Ao contrário dos métodos qualitativos, que procuram responder à questão O Porquê? (dão uma visão do programa/projecto e seu meio circundante, e permitem uma melhor análise da situação e teorização do problema) os métodos quantitativos procuram responder à questão: O quê?, podendo quantificar estatisticamente as hipóteses formuladas, Os dois métodos devem ser utilizados para uma avaliação eficaz

Passando à questão lançada em fórum,

podemos acrescentar que os métodos quantitativos estão baseados em instrumentos estruturados; fornecem respostas que podem ser quantificáveis e expressas numericamente; facilitam o processo de interpretação e análise e requerem maior cobertura na sua aplicação.

Os métodos quantitativos de recolha de dados podem basear-se em:

- Inquéritos ou Questionários (entrevistas)

- Formulários de registo

João Carrega 21 de Novembro



Métodos quantitativos de recolha de dados II

Na sequência do post anterior e da bibliografia consultada, enunciaria apenas três exemplos que evidenciam a diferença entre as entrevistas com perguntas abertas, semi-abertas ou fechadas, aqui fica:

Abertas

São usadas quando se pretende que o inquirido responda livremente sem ser induzido a uma resposta preconcebida.

Ex: Qual é a sua opinião sobre a escola do seu filho?

Semi - Abertas

Parcialmente categorizada deixando contudo um espaço para outras possibilidades.

Ex: O que foi determinante na escolha da escola para os seus filhos?

 Bons Professores  Distância  Boa Integração Escola/Comunidade

 Outras ______

Fechadas

As respostas a pergunta estão dentro de um universo limitado, não havendo outras possibilidades.

Ex: Na sua opinião o trabalho infantil deve ser tratado como um crime punível por lei?

 Sim  Não  Sem opinião/Não sabe



João Carrega 21 de Novembro

Bibliografia e fontes utilizadas:

http://www.cpc.unc.edu/measure/training/mentor/materials/data-quality-portuguese/modulo1_capa.pdf (Consultada em 20/11/09)



Métodos quantitativos de recolha de dados II

Voltando ao tema, e na sequência do meu post anterior,

acrescentaria que os inquéritos ou questionários são instrumentos de recolha de dados constituídos por uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito.

Os questionários podem servir tanto nas entrevistas directas ou através daquelas que são enviadas por correio ou por outros meios com o fim de ser preenchido e devolvido ao pesquisador.

São instrumentos importantes no processo analítico, devendo ser devidamente enquadrados nas metodologias estatísticas.

Os questionários devem ser:

Justos - imparciais

Precisos/Claros

Simples

Respeitadores

O tipo de metodologia escolhida pode levar o investigador a optar por uma entrevista com perguntas Fechadas (método quantitativo), Semi-Abertas (Método quantitativo/qualitativo) e Abertas (qualitativo).

João Carrega 21 de Novembro


Bibliografia e fontes utilizadas:

http://www.cpc.unc.edu/measure/training/mentor/materials/data-quality-portuguese/modulo1_capa.pdf (Consultada em 20/11/20099

Reflexão
O tema métodos quantitativos de recolha de dados levaram-me a efectuar diferentes leituras e pesquisas, de forma a que pudesse definir melhor este método, a definir melhor o conceito de entrevistas e questionários. Aproveitei esta oportunidade para dar exemplos úteis, como forma de partilha de conhecimento. No final desta etapa só me posso mostrar satisfeito pelos conhecimentos adquiridos.

Análise da dissertação com a utilização do questionário

Análise da dissertação com a utilização do questionário

Antes de mais gostaria de deixar claro a importância que este tipo de fóruns e leituras está a ter neste percurso de aprendizagem. Ao lermos as teses, a bibliografia e as opiniões aqui alojadas, abrimos os nossos horizontes e aprendemos a desenvolver projectos de investigação. Por outro lado, enriquecemos o nosso conhecimento com as próprias conclusões dos estudos, como acontece com a tese de Cidália Nunes sobre "o papel da Internet no Processo de Construção do Conhecimento".

Não querendo ser repetitivo face ao que já aqui foi escrito, vou ser sintético nas respostas às questões formuladas.

A autora apresenta claramente os objectivos de investigação que presidiram à elaboração do questionário?

Parece-me claro que a autora apresenta claramente os objectivos do estudo. Isso é demonstrado na página 13, onde são mencionados os objectivos gerais (não irei mencionar de novo aqui neste fórum, para não ser repetitivo), os quais são explicados, depois de enunciados. Mas também é apresentado nas páginas 64 e 65, onde são explicados os objectivos do estudo. A autora socorre-se de diferente bibliografia, alguma da qual recente, para sustentar as suas opções.

Na dissertação apresentada há indicação dos passos que estiveram subjacentes à construção do questionário?

A autora não apresenta de forma clara os passos subjacentes à construção do questionário. Mas informa que "os instrumentos de investigação utilizados foram dois questionários, um destinado a professores e outro aos alunos, constituídos por perguntas fechadas e por questões de escolha múltipla, pretendendo-se que satisfizessem os objectivos propostos". Em anexo apresenta os referidos questionários.


João Carrega 20 de Novembro


Análise da dissertação com a utilização do questionário
(Continuação)

A amostra é claramente identificada?

A amostra é claramente identificada. Essa caracterização é feita no ponto 3, nas páginas 65 e 66 (não vou aqui transcrever essa caracterização, para não ser repetitivo).

Importa no entanto definir Amostra: "o conjunto de situações (indivíduos, casos ou observações) extraído de uma população (Almeida & Freire, 2003, pag 103. Entende-se por População "o conjunto de indivíduos, casos ou observações onde se quer estudar o fenómeno" (Alemida & Freire, 2003, pag 103).

É indicado o método usado na definição da amostra?

É identificado o método. "O critério de selecção das escolas foi a existência de professores aí colocados que mostraram interesse em colaborar na aplicação dos inquéritos junto dos alunos e colegas, bem como a presença de computadores ligados à Internet para uso dos alunos" (pág 65). É também dada uma pequena justificação sobre o porquê dessa amostra, mas não de forma mais aprofundada, como provavelmente seria desejável, como também já foi referido neste fórum (mas como por regra há um número máximo de páginas para a tese, essa vertente terá sido menos aprofundada...).

O questionário usado foi objecto de validação prévia?

A validação dos questionários é um dos aspectos fundamentais para se avançar com uma investigação do género. Essa validação pode ser feita por um conjunto de professores ou investigadores. Neste caso, e como é referido na página 66, ele foi validado e dessa validação resultaram algumas correcções:

"A fim de validar o questionário, foi elaborada uma primeira versão e submetida à apreciação de 20 alunos e 10 professores. As dificuldades, dúvidas e sugestões dos intervenientes permitiram corrigir aspectos de forma e conteúdo. Assim, foi reformulada a redacção das questões 11 e 12 e acrescentados tópicos às opções da pergunta 12".

No capítulo da explicitação da metodologia usada há indicações sobre o modo de tratamento dos dados obtidos com a aplicação do questionário?

A autora indica, na página 67 que "os dados foram tratados e analisados tendo em vista os objectivos de investigação previamente definidos. Para análise estatística recorreu-se ao programa de computador Excel, sendo os resultados apresentados, sempre que útil, na sua perspectiva percentual".


João Carrega 20 Novembro


Bibliografia:

http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/ichagas/mi2/QuestionarioT2.pdf


Análise da dissertação com a utilização do questionário
(Continuação)


De facto, a autora não apresenta de forma clara os passos subjacentes à construção do questionário. Apenas informa que "os instrumentos de investigação utilizados foram dois questionários, um destinado a professores e outro aos alunos, constituídos por perguntas fechadas e por questões de escolha múltipla, pretendendo-se que satisfizessem os objectivos propostos".

Aproveito, para aqui deixar os passos que no entender de Hill, M. & Hill, A. (2005), devem ser seguidos para a elaboração de um questionário:

- Estudo preliminar para auxiliar a elaboração do questionário;

- Listar todas as variáveis de investigação, incluindo as características dos casos;

- Especificar o número de perguntas para medir cada uma das variáveis;

- Escrever uma versão inicial para cada pergunta;

- Pensar na natureza da primeira Hipótese Geral, bem como nas variáveis e perguntas a ela associadas;

- Consoante o tipo de Hipótese Geral, decidir as técnicas e estatísticas adequadas para testar a hipótese, tendo em atenção os pressupostos destas técnicas;

- Decidir o tipo de resposta desejável para cada pergunta associada à Hipótese Geral;

- Definição da Hipótese Operacional;

- Considerar as perguntas iniciais (e tipos de resposta) associadas com a primeira Hipótese Operacional e trabalhá-las para obter uma versão final a incorporar no questionário;

- Face às mudanças que possam ter sido introduzidas, verificar se as versões finais das perguntas e das respostas ainda estão adequadas para testar a Hipótese Operacional;

- Definir as instruções para cada pergunta de modo a informar o respondente sobre como deverá responder;

- Planear as secções do questionário;

- Elaborar uma introdução para o questionário;

- Definir o layout (disposição) do questionário;

- Definir os aspectos estéticos do questionário;

- Fazer a verificação final do questionário.



João Carrega 20 de Novembro

Reflexão
Esta análise permitiu-nos responder a algumas questões relacionadas com a utilização do questionário em investigação. As diferentes leituras efectuadas e uma análise mais profunda da tese de Cidália Nunes sobre "o papel da Internet no Processo de Construção do Conhecimento", permitiram-me verificar os passos e os aspectos que são exigidos neste tipo de investigação.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Planear uma investigação

Questões
Em rigor, podemos usar o termo amostra num estudo de caso?
Há algum procedimento de amostragem num estudo de caso?

em resposta à sua questão, sou da opinião de que:

Em rigor, nos estudos de caso a amostra coincide com a população. Por isso, se diz ser um estudo de caso.

O Estudo de Caso é um tipo de investigação que aposta claramente no conhecimento em profundidade, em relação a determinado problema e não na obtenção de resultados que sejam generalizáveis.

De qualquer modo, se estamos a desenvolver um Estudo de Caso numa escola em que, por exemplo, pretendo testar uma nova TIC e os seus eventuais efeitos na aprendizagem de uma língua estrangeira, poderei não reunir condições de a aplicar a todas as turmas da escola, pelo que terei de optar por uma amostra de conveniência.


João Carrega 3 de Novembro 2009


Desafio
Suponham que estavam na fase de elaborar um projecto de investigação. Esse projecto de investigação teria de ser apresentado à coordenação do mestrado e a um possível orientador. Suponham ainda que cada um procurava, antes de proceder à entrega do projecto, pedir a outro colega para analisar o projecto e avaliar até que ponto esse projecto daria origem a uma investigação exequível, com sucesso e cujos resultados viriam acrescentar algo à investigação já produzida na área.
Suponham também que a esse projecto faltava um (ou mais) dos passos a seguir enunciados. Que consequências poderiam advir?


Resposta

Procurando responder às questões lançadas, aqui fica o meu contributo, de forma sucinta e objectiva, numa lógica de pergunta resposta, evitando vários posts sobre o mesmo tema:

1. a formulação do problema de investigação?
A formulação do problema é a primeira das etapas. É nesta fase que se escolhe a problemática a investigar. O problema é, pois, a pergunta à qual a pesquisa se deve subordinar e para a qual terá que encontrar uma resposta. Logo, sem um problema a investigação seria “ cega”. Não teria alvo, nem objectivo.

2. a revisão da literatura (estado da arte à volta da problemática em que se insere o problema)?
A revisão da literatura torna-se indispensável para se aferir a investigação existente na área que vamos pesquisar É ela que traz “lucidez” ao problema e que nos ajuda a delimitá-lo, a corrigi-lo ou a reformulá-lo. Pode proporcionar-nos uma antevisão das metodologias e dos instrumentos de pesquisa a utilizar. A revisão de literatura pode, ainda, impedir que corramos o risco de uma pesquisa que possamos considerar inovadora, já tenha sido exaustivamente investigada, pelo que não iríamos acrescentar nada de novo ao “estado da arte” existente.

3. a assunção de qual o paradigma dominante em que se inseria a investigação?
Sem esta etapa, e sem definirmos o paradigma não haverá uma linha condutora da investigação, em termos de metodologia. É nesta fase que se deve optar pelo chamado design da investigação. Deve escolher-se qual o método a seguir, se o quantitativo, se o qualitativo, ou se ambos.

4. a explicitação dos objectivos da investigação? ou a especificação das hipóteses de investigação? (tendo em conta o ponto anterior)
Sem ter objectivos claros e hipóteses claras, o investigador não consegue fazer progredir a investigação, de forma a obter resultados. São eles que servem de “guias” da investigação já que pretendem dar respostas concretas à pergunta formulada no problema.

5. a explicitação dos métodos de investigação?
Sem uma explicação adequada o investigador não consegue explicar porque é que a metodologia da investigação adoptada é a adequada. Nesta fase é importante explicar quais os métodos e a razão por se terem escolhido estes e não outros. A escolha do método decorre da especificidade da investigação e nunca da vontade subjectiva do investigador.

Se se optar pelo método quantitativo pode-se privilegiar a utilização de um questionário. Podem utilizar-se guiões de questionários anteriormente utilizados e validados, ou um guião de questionário novo que deve ser validado por investigadores qualificados.

Se se optar pelo método qualitativo pode-se privilegiar a utilização da entrevista, através de um guião de entrevista já validado. Ou através de um novo guião o qual deve ser validado por investigadores qualificados.

Mas pode-se também optar por outros métodos, tais como por os estudos histórico-descritivos, os estudos biográficos (análise da história de vida das pessoas), ou pelos estudos etnográficos (muitos deles baseados na observação).


6. A caracterização da amostra ou do caso a estudar?
A caracterização da amostra é fundamental nos estudos de população. Na constituição da amostra tem que se garantir a sua representatividade porque só assim os resultados poderão ser generalizados e o estudo poderá garantir uma forte validade externa. A amostra é a parte menor, representativa do todo maior.

Por outro lado a delimitação do caso é fundamental para garantir que os sujeitos, ou situações nele incluídos, nos permitem responder às questões de investigação, ou aos objectivos da pesquisa, garantindo a validade interna dos resultados.


7) A caracterização das técnicas de recolha de informação ou dos dados a recolher e da especificação de como se vão aplicar?
A escolha das técnicas decorre do método, do tipo de estudo e das condições da pesquisa. É por isso importante definir e caracterizar que técnica vai utilizar para uma recolha objectiva dos dados de que se necessita.

É partir desta fase que se inicia a produção das respostas às questões da investigação.


8) A previsão das técnicas de análise de dados a que se vai proceder?
As técnicas de análise dos dados dependem do tipo de estudo, dos métodos e das técnicas utilizadas. Num estudo quantitativo, de população, em que se utilizaram questionários para a recolha de dados, é plausível a utilização de instrumentos estatísticos para o tratamento dos resultados. Num estudo qualitativo, por exemplo de caso, em que se utilizaram entrevistas abertas ou semi-estruturadas, é razoável que se possa utilizar a análise de conteúdo.


9) as referências bibliográficas já trabalhadas?
As referências bibliográficas devem começar a ser trabalhadas de acordo com as normas da universidade em que se está a fazer a investigação. No caso das ciências da Educação, as normas mais utilizadas são as da Associação Americana de Psicologia.


João Carrega 3 de Novembro 2009

Processo de Investigação

Fases e Paradigmas

Numa primeira abordagem a esta questão, considero que nem todas as fases de um projecto de investigação são comuns a todos os paradigmas, pois a cada paradigma correspondem tipos de investigação diferentes.

Difere por exemplo a recolha de dados (qualitativa ou quantitativa), a capacidade de desenvolver a experimentação (impossível, por exemplo, em vários métodos, como o método biográfico), ou a transformação de resultados em leis científicas.

Na minha perspectiva, o paradigma continua a condicionar a metodologia de investigação, mas esta metodologia não fica fechada, ou seja, definida à partida para a recolha de dados. O investigador, ao longo do seu trabalho, pode adaptar a metodologia ao estudo em causa, desde que consiga sustentar essa alteração recorrendo à literatura científica na área e tendo em conta o tipo de estudo em causa.


João Carrega

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Debate de Ideias

Considero pertinentes as intervenções do Paulo e da Alexandra.

Mertens (1998) numa adaptação de Lather (1992) descreve os paradigmas de investigação como Positivista/Pós positivista (onde se enquadram os estudos Experimental, Quasi-Experimental, Correlacional, causal e comparativo e qualitativo); Interpretativo-construtivista (estudos naturalista, fenomenológico, hermenêutico, interacção simbólica, etnográfico e qualitativo) e o Emancipatório (teoria crítica, neo-marxista, feminista, específico, frereniano, participativo, transformista e investigação-acção).

O paradigma positivista foi o primeiro paradigma científico e continua a reger algumas ciências. É uma maneira de ver a realidade como objectiva, dissecada dos seus componentes. O interpretativo (construtivista) associa-se mais ao descritivo. Diz-se interpretativo porque o que interessa é a interpretação que a pessoa dá à realidade, de facto. O emancipatório é um paradigma novo que durante muitos anos não foi reconhecido.

Com um abraço, desde o Japão,

João Carrega 26 de Outubro 2009



Paradigma e metodologia

Olá a todos, bom dia aqui, boa noite aí,

considero que este assunto já foi suficientemente abordado pelos colegas e, no geral, concordo com aquilo que até agora foi dito. Considero porém, que é importante precisar algumas ideias pois, têm sido apresentados paradigmas e metodologias de acordo com classificações e designações diferentes mas que, no fundo, se referem a coisas semelhantes.

Numa primeira ideia: é óbvio que um paradigma condiciona a metodologia usada e os resultados da investigação. Basta dar como exemplo a aplicação forçada do paradigma positivista no desenvolvimento de estudos no âmbito da História. Não sendo possível aplicar o método científico (problema, hipótese, experimentação, resultados) nos estudos relacionados com a história, a conclusão dos positivistas foi que a História não poderia ser uma ciência. Isto não quer de forma nenhuma dizer que o paradigma positivista estava errado. Quer sim dizer que há situações em que não se aplica.

Numa segunda ideia: a metodologia é escolhida em função do paradigma, mas essencialmente tendo em conta o problema ou questões de investigação, os dados a recolher e a forma como esses dados vão ser tratados e interpretados, para obtermos conclusões.

Numa terceira ideia: quer os paradigmas, quer as metodologias, têm limitações, mas também têm vantagens. O que o investigador deve ter presente em cada momento são essas limitações e vantagens, bem como a capacidade de as assumir nos relatórios da investigação. A questão não está em saber se veio primeiro o ovo ou a galinha, mas sim se o paradigma e a metodologia escolhidas são as mais indicadas para o estudo de determinado problema.


Com um abraço,

João Carrega 28 de Outubro 2009



Resposta

Olá João

Concordo com a tua tentativa de sintetizar e arrumar esta nossa troca de ideias. Uma questão que colocas e que tento tb abordar no meu post é a da afirmação de que um paradigma de investigação condiciona a metodologia adoptada. Concordo, mas levanto a questão de me parecer que existe alguma artificialidade na concepção que sustenta que existe uma precedência entre uma coisa e outra. Isto é, de que um investigador primeiro opta por um paradigma e depois escolhe uma metodologia que “honre” a sua opção inicial. Será que na investigação real e concreta nas ciências humanas isto acontece sempre assim?
Absolutamente de acordo com a terceira ideia que apresentas

Um abraço de outro João

João Paulo Roubaud 29 de Outubro 2009




Contra-resposta


Caro João e restantes colegas,

em primeiro lugar quero agradecer esta tua colaboração e atenção que dedicaste ao meu post anterior. Talvez eu não me tenha feito entender como eu pretendia. De facto, continuo a considerar que o paradigma condiciona o método, mas tal não significa que o método fique totalmente definido em função do paradigma. A investigação é um processo «working on progress», que vai evoluindo em função da evolução do problema, da recolha de dados e da análise desses dados, bem como dos resultados obtidos.

Continuo ainda a pensar que a questão não está no «ovo ou na galinha», mas sim em desenvolver uma metodologia que esteja permanentemente adaptada ao tipo de investigação que estamos a desenvolver. O processo de investigação não é um processo fechado e definido a priori, mas sim um trabalho reflexivo em permanente evolução.


Com um abraço,

João Carrega 29 de Outubro 2009


Reflexão
O facto de estar no outro lado do mundo (Japão), devidos a compromissos profissionais, não impediu que participasse activamente nesta discussão e que inclusivé conseguisse trocar, em fórum, opiniões com outros colegas. O inicio desta caminhada está a revelar-se muito positiva e motivadora. Metodologias e paradigmas de investigação, aqui está um bom começo para esta disciplina.

Fases da investigação - Fluxograma




Fluxograma do Grupo Sherlockianos
João Carrega Maria Filomena Grazina Paulo Azevedo Paula Simões


Fluxograma

Para a elaboração deste fluxograma tomámos como base as fases de investigação sugeridas por Mertens, 1998. Há, no entanto, outras propostas de diferentes investigadores.
A título de exemplo citamos as etapas (de uma investigação quantitativa) sugeridas por TUCKMAN, B.(2000). Manual de investigação em educação. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, as quais passam por 11 fases, a saber:

1- Identificação do problema
2- Construção de hipóteses
3- Revisão da literatura
4- Identificação das variáveis
5- Operacionalização das variáveis
6- Selecção da amostra
7- Selecção e construção dos instrumentos de recolha de dados
8- Recolha dos dados
9- Tratamento dos dados e apresentação dos resultados
10- Elaboração das conclusões
11- Redacção do relatório (dissertação) final

O fluxograma que se segue abrange 8 etapas que consideramos essenciais para o desenvolvimento de um trabalho de investigação.

Fluxograma


Fase 1
Escolher a problemática. Ou seja, delimitar o problema a estudar.


Fase 2
Fazer a revisão da literatura e elaborar as questões de investigação.

Ao chegarmos a esta fase, e após a revisão de bibliografia, poderemos ter necessidade de voltar à fase 2, reformulando o problema a estudar. Reformulado o problema, segue-se a fase 3.


Fase 3
Elaborar o plano de investigação. É nesta fase que se deve optar pelo chamado design da investigação. Deve escolher-se qual o método a seguir, se o quantitativo, se o qualitativo, ou se ambos.


Fase 4
Identificar e escolher as fontes de recolha de dados

Fase 5
Identificar e seleccionar os métodos e instrumentos de recolha de dados.

Se se optar pelo método quantitativo pode-se privilegiar a utilização de um questionário. Podem utilizar-se guiões de questionários anteriormente utilizados e validados, ou um guião de questionário novo que deve ser validado por investigadores qualificados.

Se se optar pelo método qualitativo pode-se privilegiar a utilização da entrevista, através de um guião de entrevista já validado. Ou através de um novo guião o qual deve ser validado por investigadores qualificados.
Mas pode também optar-se por outros métodos, tis como por os estudos histórico-descritivos, os estudos biográficos (análise da história de vida das pessoas), ou pelos estudos etnográficos (muitos deles baseados na observação).

Fase 6
Escolher métodos e técnicas de análise de dados
Pode fazer-se a análise de conteúdos (no caso da entrevista), ou proceder a análise estatística dos dados.
É partir desta fase que se produzem as respostas às questões da investigação.

Fase 7
Elaborar o relatório de investigação
Conclusões
Limitações do estudo
Recomendações

Fase 9
Tornar públicos os resultados da investigação

João Carrega 21 de Outubro 2009

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Objectivos

Com esta unidade curricular pretende-se que o estudante se familiarize com os procedimentos metodológicos que norteiam e permitem a realização de uma investigação no campo da Educação. Espera-se que conheça os métodos possíveis, os instrumentos de recolha e de análise de dados, que reflicta sobre as respectivas vantagens e desvantagens, que adquira sensibilidade para os aspectos éticos a ter em conta e que desenvolva as competências necessárias para a realização da dissertação de mestrado.