domingo, 28 de fevereiro de 2010

Conciliar Investigação com Inovação




Research based design I


Numa primeira análise poderemos referir que não existe uma definição de Design-based research (DBR).

No entanto segundo Wang e Hannafin (2005) trata-se de uma metodologia sitsemática, mas flexível, que procura melhorar as práticas educacionais através de uma análise, desenvolvimento e implementação, baseada numa colaboração entre investigadores e sujeitos, num contexto de mundo real.

Segundo estes autores há cinco características fundamentais desta metodologia:

1) É pragmática, porque tem como objectivo resolver problemas do mundo real, ao mesmo tempo que melhora teorias e estratégias de intervenção.

2) Fundamenta-se ao mesmo tempo na teoria e no contexto do mundo real, naquilo que os autores chamam "uma teoria conduzida pela natureza".

3) Ao nível do processo de investigação a metodologia é intearctiva (investigadores-sujeitos da investigação), é iterativa (está constantemente a ser reavaliada) e flexível.

4) É integrativa porque os inverstigadores precisam de integrar uma variedade de métodos e abordagens qualitativas e ou quantitativas em função das necessidades da investigação.

5) É contextualizada porque os resultados estão associados ao processo pelo qual foram gerados, mas também ao meio onde a investigação foi desenvolvida.

Tendo em conta as cinco características acima referidas, na sequência daquilo que diz Edelson (2002), esta metodologia será claramente adequada descrever situações de aprendizagem, ambientes de aprendizagens e as interacções que aí ocorrem.

Consideramos por isso que é claramente adequada a uma investigação que consista na introdução de uma nova variável (exemplo - uma aplicação multimédia) num determinado processo/ambiente de aprendizagem. Através da observação participante, do diálogo com os sujeitos, o investigador tem oportunidade de estabelecer uma colaboração que aprofunda o seu conhecimento sobre o impacto da nova variável sobre os sujeitos e sobre o ambiente do contexto em causa.

João Carrega 23 Fevereiro 2010


Bibliografia

Edelson, D. C. (2002). Design Research: What we learn when we engage in design. Journal of the Learning Sciences, 11(1), 105-121.

Wang, F., & Hannafin, M. J. (2005). Design-based research and technology-enhanced learning environments. Educational Technology Research and Development, 53(4), 5-23.
http://projects.coe.uga.edu/dbr/explain01.htm#references, consultado em 22-2-2010.



Research based design II


Como complemento àquilo que aqui já foi dito, parece-me que este tipo de investigação assenta numa lógica colaborativa. Baptista (nd) fala mesmo em DBR colaborativa. Uma colaboração, que na óptica de Habermas (1990) permite, através de uma acção estratégica, a construção conjunta actividades de investigação, fundamentadas teoricamente, para serem implementadas, por exemplo, na sala de aula e posteriormente discutidas. Durante o processo colaborativo é necessário também existirem acções comunicativas entre os intervenientes. O diálogo permite o confronto de ideias para chegar, através da negociação, à construção de ideias.

Como também já tinha referido anteriormente, "esse trabalho colaborativo constitui um percurso de formação iterativo, reflexivo e autónomo que representa um desafio para a formação de professores e para a investigação em educação".

João Carrega 23-3-2010


Bibliografia

Baptista M e Freire A (2009). Aprendizagens de professores durante a planificação e implementação de actividades de investigação em aulas de física e química.

Design-Based Research Collective (2003). Design-based research: An emerging paradigm for educational inquiry. Educational Researcher.

Habermas, J. (1990). Pensamento pós-metafísico: Estudos filosóficos. Rio de Janeiro:

Edições Tempo Brasileiro (Trabalho original publicado em alemão em 1988).

Reflexão
Ora aqui está um tema e um tipo de investigação diferente, que promove uma lógica colaborativa. Foi mais um aspecto importante na minha aprendizagem. Diria mesmo que foi um aspecto inovador, pois a literatura que tinha lido até ao momento não abordava esta questão.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Conciliar investigação e inovação | Research based design

No campo da Utilização das Tecnologias no Ensino/Formação, é frequente que a própria investigação se possa traduzir em alterações profundas. Para isso, podemos escolher uma vertente de investigação-acção. Mas há uma outra hipótese que permite a criação de projectos de investigação que se traduzem em inovações educativas. Trata-se de um método que podemos intitular Investigação Aplicada sobre o Desenho (design-based research).

Síntese de verificação | Troca de Entrevistas




Como me foi solicitado troquei a minha entrevista com a minha colega de Grupo Filomena Grazina, de forma a que efectuasse uma pequena síntese de verificação. Não querendo ser muito extenso, aqui fica o comentário que efectuei.
Ver Comentário

Matriz da entrevista e justificação das opções tomadas


Conforme me foi solicitado, criei uma matriz para a
para a realização da análise de conteúdo da entrevista em causa.

Para ver a matriz clique aqui


Reflexão
Nesta tarefa, decidi socorrer-me do programa informático Atlas.ti. O Atlas.ti é um programa que se adapta perfeitamente à análise de conteúdo suportada na Grounded Theory, pois permite
organizar as unidades de registo, criando, a partir delas, categorias temáticas. Tendo em conta as funcionalidades do programa, este processo pode ser feito de forma célere, ainda que a quantidade de dados em análise seja elevada. Penso ter cumprido o que nos foi solicitado.

Ver a justificação aqui

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

A entrevista

Reflexão

De acordo com o guião apresentado em Fórum e construído na wiki, efectuei uma entrevista realizada e gravada em 18 de Janeiro 2010, na Escola Cidade de Castelo Branco, em Castelo Branco. A entrevista decorreu de forma cordial, mas como a entrevistada não tinha muita experiência nas redes sociais, acabou por ficar aquém do tempo previsto, demorando cerca de 15 minutos.


Para ver a entrevista clique aqui

Entrevista gravada



Questão levantada por Paulo Azevedo

Olá amigo João,

deixa-me discordar com o que dizes. Neste caso, parece-me que não é importante transcrever necessariamente as palavras exactas do entrevistado. É importante transcrever sim as ideias que o entrevistado transmite. Pode acontecer que o entrevistado tenha dificuldade em transmitir uma ideia por palavras. No entanto, o entrevistador compreende a ideia e regista o seu entendimento do que o que o entrevistado queria dizer. Posteriormente apresenta ao entrevistado, por escrito, o registo das informações retiradas das respostas do entrevistado, possivelmente reformuladas, sem ferir o conteúdo das respostas mesmo que não utilize as mesmas palavras. Eu compreendo que para quem está habituado ao rigor da transmissão da informação estas ideias possam ser estranhas, mas trata-se de uma entrevista semi-estruturada inserida numa investigação qualitativa e não de uma entrevista jornalística.


Resposta:

Amigo Paulo,
continuo a defender que a entrevista deve ser gravada. Uma entrevista semi-estruturada deve ter uma duração entre 30 a 40 minutos, pelo que me parece complicado durante esse período estarmos a escrever tudo aquilo que o entrevistado nos diz e ainda conseguirmos encadear as perguntas seguintes (sobretudo porque algumas das perguntas seguintes podem decorrer da conversa e não estarem no guião).
A interpretação das ideias do entrevistado pode ser feita aquando da análise de conteúdo, sendo no entanto certo que, por uma questão de rigor, há autores que aconselham a facultar o protocolo escrito da entrevista ao entrevistado. Assim, a análise de conteúdo será mais correcta pois parte daquilo que o entrevistado disse e queria dizer.
É evidente que te posso dar razão se me falares num trabalho que consiste numa única entrevista que seja de curta duração. Agora se me falas numa investigação longitudinal, em que seja necessário fazer o estado da arte logo de início, e na qual trabalhes com muitos sujeitos, por exemplo, será mais fácil gravar as entrevistas e passar depois a protocolo escrito para análise. Caso te baseies apenas em notas, num conjunto tão vasto de entrevistas, pode acontecer que nos percamos num mar de dados.
Finalmente, em relação ao rigor. É evidente que no jornalismo tem de haver rigor. Mas numa entrevista de investigação esse rigor tem que ser, pelo menos igual, ou superior.

João Carrega 29 Dezembro

Reflexão
O debate de ideias é sempre benéfico para a aprendizagem. Como já referi, anteriormente, a entrevista deve ser gravada. Defendo isso, não porque sou jornalista, mas porque é a única forma de transcrever correctamente tudo aquilo que o entrevistado nos diz.

Guião Conjunto





Como a Paula referiu o nosso grupo (Sherlockianos) até colocou o tempo de entrevista mais curto que os 40 ou 45 minutos. Parece-me que uma entrevista para funcionar bem, deverá variar entre os 30 e os 45 minutos. Isto porque, desde logo, é necessário explicar ao entrevistado aquilo que estamos a fazer e porque razão necessitamos da ajuda dos entrevistados. E isso leva tempo. Por outro lado, nós devemos dizer logo aos entrevistados o tempo previsto para a entrevista. E se não conseguirmos cumprir esse tempo o entrevistado pode perder o interesse pela entrevista. Daí que seja importante apontarmos um tempo exequível.
Quanto à questão da entrevista ser gravada ou não. Na minha perspectiva, sempre que possível ela deve ser gravada. Isso permite-nos desenvolver o nosso trabalho de uma forma mais fidedigna. Ou seja, conseguiremos colocar exactamente as palavras do entrevistado, sem corrermos o risco de se registar alguma alteração (mesmo que pouco substancial) no discurso.
Acredito também que se explicarmos ao entrevistado aquilo que pretendemos, o modo como a entrevista vai ser feita e se o colocarmos à vontade, não haverá timidez no seu discurso.
Ao gravarmos a entrevista não temos que escrever tantos apontamentos, o que nos permite tirar notas sobre, por exemplo, as expressões/reacções do entrevistado às nossas questões.

João Carrega 20 Dezembro 2009

Reflexão
Qual o tempo ideal para uma entrevista de investigação?
Enquanto jornalista estou habituado a efectuar entrevistas sob várias perspectivas. Em investigação a entrevista é seguramente diferente e tudo aquilo que o entrevistado nos disser deverá ser transcrito. Além disso, não devemos dar sugestões ou dicas ao entrevistado sobre as perguntas que fazemos. Deveremos, isso sim, dar tempo ao entrevistado para que ele pense e responda por si. Neste tipo de entrevistas (de investigação) deveremos manter o anonimato do entrevistado (ao contrário das jornalistícas).